segunda-feira, 14 de novembro de 2011

"Zoya"

Tenho um problema com Danielle Steel. E é grave. Não consigo deixar de lhe apontar defeitos, desde a lamechice pegada das descrições de uma personagem à forma linear como expõe a história. Durante anos recusei-me a pegar em qualquer livro desta escritora, desde que, algures na minha adolescência, dei por mim a bocejar com um qualquer livro dela. 
Até que um dia acordei com vontade de ler alguma coisa sobre a família imperial russa, os Romanov, e a época da Revolução Russa. Há dias assim. Acontece que, ou lia Konsalik, que pelos vistos também teve um "fraquinho" por este período controverso, ou lia o "Zoya", abandonado numa prateleira pejada de "Danielle Steel" herdadas da minha avó (em vida!).
Bem, no início adorei o livro. Trata da história de Zoya Ossupov, prima do último czar, que se vê obrigada a sair da Rússia com a avó, a condessa Eugenia, e um criado, pois os aristocratas estavam sob ameaça. Zoya, amiga íntima da família real, deixa para trás esses amigos e o sonho de dançar ballet e segue para uma Paris desgastada pela Primeira Guerra Mundial. Nesta cidade, precisa de emprego e, contra a opinião da avó, consegue ingressar na companhia de bailado. Entretanto, conhece um capitão americano, Clayton, e a sua vida dá uma reviravolta.
É uma história de sonhos desfeitos e resiliência, e senti-me mesmo a viver a dor da perda. 
Até ao ponto em que me desiludi de vez (não digo, porque é "spoiler!"). Digamos que a vida de Zoya é relatada como um ciclo. E chateei-me de vez com Danielle Steel. Massacrou-me com frases, e frases, e frases que afirmam quão bela é Zoya, e como todos os homens com que se cruza se apaixonam por ela. E aquele vício de relatar a história de forma linear e cronológica, sem um objectivo final à vista, aborreceu-me.
"Zoya" não deixa de ser um livro interessante, mas tenho um problema com Danielle Steel. Um problema grave. 

2 comentários:

  1. ai a tua amiga. como te compreendo. Eu até gostei de ler um livro dela, mas quando passei para o outro que tinham em mão... hum... estava a ter uma espécie de deja vu :P

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