quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Trilogia "Neblina", Carlos Ruiz Zafón

Depois da minha leitura anterior fiquei com um sintoma triste que qualquer leitor reconhece: ressaca literária. Aquela  sensação de que os personagens não nos largam; que continuamos presos dentro "daquele" livro, e parece que tão depressa não nos vamos deslumbrar por outro romance, porque vai ser difícil superá-lo. 
Qual o melhor remédio para continuar a ler?  Preferi escolher algo completamente diferente.

Foi assim que peguei de vez na trilogia "Neblina" de Carlos Ruiz Zafón. Já tinha lido o primeiro livro há uns anos - provavelmente num dos intervalos de actividade do blog, porque não consigo encontrar qualquer opinião sobre ele por aqui - mas preferi relê-lo e continuar com os seguintes.
Os fãs do autor já terão ouvido falar sobre esta trilogia. São os três primeiros romances publicados por Zafón, que podem ser lidos separadamente. São muito mais juvenis e fantasiosos, mas mantêm o toque de mistério e tragédia a que o autor nos habituou com a saga do "Cemitério dos Livros Esquecidos", tudo acompanhado com aquela capacidade cinematográfica para nos colocar dentro da história.
Em comum têm a neblina, que envolve o ambiente por onde as personagens se aventuram, e figuras bem  sombrias, sejam elas a personificação do lado mais negro dos homens, em contraste com a luz de um amor redentor, ou um certo cavalheiro com quem não se deve fazer acordos. Lembram-se de Andreas Corelli, de "o Jogo do Anjo"? Não se admirem se o reconhecerem algures nestes livros.
Achei também engraçado notar a evolução do estilo de escrita do autor, já que o terceiro, "As Luzes de Setembro", consegue arrumar o primeiro a um canto. Fiquei, aliás, com a sensação de que os dois primeiros foram rascunhos para alcançar o "As Luzes de Setembro", que foi o meu preferido.
Ainda assim, recomendo a trilogia aos fãs, ou para quem procure uma leitura leve, mas com um toque de mistério ideal para a época do Verão - ou do Halloween. 

"O Príncipe da Neblina":

Neste primeiro romance, acompanhamos as primeiras semanas de Verão dos irmãos Max e Alicia Carver, que se mudam com a família para a costa inglesa para escapar da guerra, e acabam por enfrentar algo bem negro. 

Sinopse
Este livro em particular traz-me alguma nostalgia das leituras de  "Os Cinco", de Enyd Blyton, ou da série "Arrepios", de R. L. Stein. Lê-lo nos meus 11 ou 12 anos teria sido impecável e ainda mais assustador. A história tem um toque fantasmagórico, tanto por se saber da morte do pequeno Jacob, o filho dos antigos donos da casa para onde os Carver se mudam, como por aquele jardim de estátuas, que consegue ser... Perturbador. Nesta segunda leitura já o esperava, mas ainda me lembro do arrepio causado pela primeira.

Gostei de o ler, mas o estilo de escrita simples causou-me alguma estranheza - o autor ainda estava a apurar o ofício - e não fiquei fã do género de vilão sobrenatural que é o dito Príncipe. Ainda assim foi interessante perceber a evocação do conto tradicional sobre "Rumpelstiltskin", o duende que promete meadas de ouro em troca do primogénito da filha do moleiro. 

"O Palácio da Meia-Noite":

Ben e os seis amigos com quem fundou a "Chowbar Society" estão prestes a deixar o orfanato onde cresceram. Através do testemunho de Ian, que se compromete a relatar a história do último dia da sociedade secreta dos sete jovens - o dia em que nevou sobre Calcutá - vivemos uma aventura em busca do segredo sobre a família de Ben, enquanto enfrentam a ameaça de um assassino que persegue o rapaz e a irmã.

Sinopse

Este é o mais comovente da trilogia. É um romance de aventura com um tom detectivesco que também encerra uma história bonita, com um final de puxar pela lágrima.
Infelizmente, demorei quase metade do livro para gostar dele. É um dos tais casos em que a ideia é boa, mas a execução não foi a melhor, e aposto que se o autor pudesse, como explica numa nota introdutória, que o alinhavava agora de outra forma. Para já, se me permitem corrigir Zafón, alterava-se o início, porque parte do que poderia ser mais um mistério perdeu-se logo com o primeiro capítulo, e depois bastava reduzir os membros da "Chowbar Society", para o leitor se apegar melhor a eles, mas voltemos à minha opinião. Como dizia, só a meio percebi que estava a gostar, quando comecei a descortinar a história dentro daquela história. Essa capacidade de Zafón encanta-me e impeliu-me para continuar a leitura. E depois cheguei àquele final, tão comovente! Pobre do meu coração...

"As Luzes de Setembro":

A viúva Simone Sauvelle parte com os filhos, Irene e Dorian, para Baía Azul, onde irá trabalhar como governanta da mansão de Cravenmoore, uma propriedade que pertence a um fabricante de brinquedos que praticamente vive em reclusão, Lazarus Jan. Irene conhece Ismael, e, tal como o irmão, está a aprender a viver na aldeia quando ocorre um assassínio que não os deixa indiferentes.

Sinopse

Tal como já partilhei, este foi o meu preferido da trilogia. Para já, o estilo de escrita já é mais próximo do Zafón que me apaixona, sendo mais parecido com o "Marina" do que os outros dois. É um romance muito cinematográfico, o que é excelente para visualizar as cenas descritas, mas já com o pendor poético do autor. Para além disso, fui agarrada pelo próprio enredo e tive tendência para simpatizar com Lazarus e ligar-me aos Sauvelle, uma família arruinada pelas dívidas do chefe de família falecido que chega a Baía Azul com esperança de outra vida. As vítimas ideais para uma história de mistério, não é assim? 
E nem falo do ambiente do livro, porque, como podem adivinhar, se Baía Azul parece um local idílico, com a sua praia e a casinha na falésia, Cravenmoore é sombria e está pejada de autómatos, que parecem mexer-se por vontade própria. Creepy, sim.
Foi um romance que li com muito gosto, sempre desejosa de desvendar o mistério que por ali se esconde "nas sombras", diria, e fico com um fraquinho por ele. Acho que tem um tom de esperança muito agradável.

E vocês, já leram esta trilogia? Qual é a vossa opinião?
Boas leituras!

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Divulgação | Novidades 11x17 para 4 de Agosto

«Amor, Liberdade e Solidão», de Osho
Conhecido pelas suas palestras e pelos seus livros, Osho é um autor conceituado e respeitado, que dedicou a sua vida ao estudo da espiritualidade. Em «Amor, Liberdade e Solidão», analisa os estilos de vida, os padrões familiares e o fenómeno do amor no Ocidente, constatando que a crescente tendência para a solidão pode ser positiva para o desenvolvimento do espírito humano.
De forma provocante, Osho mostra que a liberdade é a condição primordial que permite a cada pessoa conhecer-se a si própria e assim definir a forma como quer encarar a complexidade do mundo moderno.
Dono de um sentido de humor e sensatez muito próprios, define o amor de forma pura e acredita que vivido na sua plenitude pode ser a chave para encontrar a felicidade juntos dos outros e para uma existência mais tranquila: «Dê, distribua o que tem, reparta e goze a partilha. Não o faça como se fosse um dever – senão toda a alegria desaparece. O amor nunca espera ser recompensado ou mesmo agradecido».



«Carrie», de Stephen King
Neste épico do terror, Stephen King relata a história de Carrie, uma rapariga reservada e estranhamente diferente de todas as pessoas da sua cidade. Na escola é rejeitada por todos, sendo alvo de partidas maldosas e humilhantes. Em casa, a vida não é mais fácil, tendo uma mãe possessiva e obcecada com a religião e o pecado, reprimindo-a constantemente. 
Carrie encontra refúgio e canaliza toda a sua energia para os objetos, que consegue mover apenas com o poder da mente… até ao dia em que o rapaz mais popular da escola a convida para o baile de finalistas. Este acontecimento muda a visão que Carrie tem de si própria e leva-a a ganhar alguma confiança. Ingénua, volta a ser humilhada por todos, num ato de uma crueldade inimaginável. Não suportando tamanha desumanidade, Carrie liberta por fim todo o seu poder, transformando-se numa arma perigosa e destruindo tudo em seu redor. Um cenário de pânico e horror instala-se, com os risos a serem substituídos pelos gritos e a diversão a dar lugar ao medo.
«Carrie», livro de estreia do aclamado autor, é um clássico do suspense e do terror que continua a fascinar leitores por todo o mundo, aumentando a legião de fãs daquele que é apelidado por muitos de «mestre do terror». 


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Divulgação | Novidades Bertrand para 4 de Agosto

Género: Literatura / Romance| Tradução: Eugénio Santos| Formato: 15 x 23,5 cm | N.o de páginas: 352 | Data de lançamento: 4 de agosto de 2017 | PVP: € 16,60 | ISBN: 978-972-25-3363-8

Chegará às livrarias a 4 de agosto o novo livro da série The Weekday Brides, da autora norte-americana Catherine Bybee. «Seduzido até domingo» mantém o romantismo e o ligeiro toque de erotismo dos títulos anteriores, permitindo que os leitores se deixem levar por uma história apaixonante e contemporânea, tornando-se a companhia ideal para o verão.
«Seduzido até domingo» acompanha a história de Meg Rosenthal, casamenteira de dia e realista à noite, e de Valentino Masini, um homem bem-sucedido e lindo de morrer, na sua passagem por uma paradisíaca ilha privada.

“O look clássico à anos vinte tinha sido uma decisão de última hora. Surpreendentemente, Meg gostava. Aquele vestido dava-
lhe vontade de encontrar um bar sombrio e cheio de fumo, com um microfone ligado. Por um instante, interrogou-se se haveria algum bar desse género na ilha. Ou talvez em Key West.
- Bem, ele é sensual. Adorei o sotaque.
Meg odiou ter reparado nisso. Valentino tinha pouco mais de um metro e oitenta, cabelo negro como o carvão e o rosto bem barbeado. Seria difícil resistir-lhe se usasse a barba por fazer no queixo. E depois havia aquela maneira de fitar as pessoas com os seus olhos escuros e ardentes. Meg deu por si a suster a respiração, frustrada.”


Género: Literatura / Thriller | Tradução: Pedro Santos Gomes | Formato: 15 x 23,5 cm | N.o de páginas: 504 | Data de lançamento: 4 de agosto de 2017 | PVP: € 17,70 | ISBN: 978-972-25-3415-4

A Sétima Praga é a nova aventura da série Força Sigma, do autor norte-americano James Rollins, que chegará às livrarias na sexta-feira, dia 4 de agosto. Ainda que este best-seller do New York Times esteja integrado numa coleção, pode ser lido de forma independente, tal como qualquer outro livro do autor. Difícil será, no final, não ir ler os livros anteriores.
Considerado o melhor no género thriller internacional, Rollins não poderia ter escolhido melhores ingredientes para este novo livro, o 12.o da série: um professor desaparecido há dois anos, cuja autópsia revela uma tentativa de mumificação em vida; uma estranha epidemia que atinge o Cairo; a possibilidade de as dez pragas de Moisés estarem a ganhar vida de novo. A Força Sigma enfrentará, desta vez, uma ameaça bíblica tornada possível pela ciência moderna que pode pôr em causa o futuro de toda a Humanidade.
O autor de A Colónia do Diabo é sinónimo de aventura, descobertas científicas, mundos invisíveis e segredos históricos. Com uma escrita recheada de suspense e com um ritmo alucinante, a sua obra é de leitura compulsiva, tirando o sono a quem a lê. Segundo a revista Booklist, «quando se trata de aliar ação, aventura, história e ciência nenhum autor o faz melhor do que Rollins.»
 
«A alta sacerdotisa ajoelhou-se nua na areia e soube que o momento havia chegado. Os presságios tinham-se acumulado, cada vez mais prementes, tornando-se uma certeza. A oeste, levantou-se uma tempestade de areia em direção ao sol, transformando o céu azul num manto negro empoeirado, entrecortado pelo clarão de relâmpagos. O inimigo encontrava-se cada vez mais perto.»


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